domingo, 15 de novembro de 2015

Números...

A propósito da suposta islamização da Europa...

Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Estudo Económicos francês a maior comunidade de emigrantes em França é a portuguesa (8%). A esta segue-se a argelina e a marroquina.
Se considerarmos os estrangeiros residentes e os descendentes diretos temos mais de 3 milhões de portugueses, espanhóis e italianos. Este número subiria consideravelmente se passássemos para terceira ou quarta gerações. Entre tunisinos, marroquinos e argelinos temos pouco mais de três milhões.
Dos doze milhões de emigrantes ou descendentes que residem em França, com raízes em todo o mundo (lembre-mo-nos que a França teve colónias/tem territórios em África, na Ásia, na Oceânia, nas Américas) aproximadamente três milhões e meio são do Magrebe.
As comunidades imigrantes existentes em França não são recentes. Desde, pelo menos, a Segunda Guerra Mundial a França viu chegar gente das ex-colónias, do sul da Europa e até da Europa de Leste.

Qual é a língua oficial da França? Francês. 
Então e o português? E o espanhol? E o italiano? E o árabe? Com tantos anos de invasão/ocupação ainda não se conseguiu impor a língua? Podemos sempre dizer que os argelinos, os marroquinos e os tunisinos, entre outros, não podiam impor uma das suas línguas na medida em que ela é, precisamente, o francês que, já agora lhes foi imposto (assim como o português, o espanhol e o inglês em tantas partes deste mundo).

Qual é a religião predominante em França? Baseio-me nos dados relativos a 2015 do Factbook da CIA: Cristianismo - 65% (a maioria católicos), Agnosticismo/Ateísmo - 26%; Islamismo - 8%; Judaísmo, Budismo e outras - menos de 1% cada. 
Onde está a islamização? Ou a "judaização"? Parece que a maior ameaça pode vir do agnosticismo ou do ateísmo... esses sacanas!

Onde estão as marcas profundas do Islão na sociedade francesa? E as marcas lusitanas? E as espanholas? Na gastronomia? Na música? No cinema? Na literatura?

O nosso país tem uma comunidade imigrante considerável e, na minha opinião, muito bem integrada. Temos gente de vários continentes, de várias religiões, que fala diferentes línguas.
O que nos foi imposto por essas gentes? A cachupa? O chop-suey? A caipirinha?
Por acaso o cristianismo ortodoxo dos ucranianos é agora a religião principal de Portugal?
O fado deu lugar ao samba ou à bossa nova?
Os ranchos folclóricos dançam agora kuduro? (Era giro!!)
As tripas, o sarrabulho, a açorda e o pastel de nata desapareceram para dar lugar ao borchst, ao pato à Pequim ou à couve mineira?

Integrar e ser integrado. É um processo saudável e enriquecedor. Para além de potenciador da compreensão e da paz.

J. entrega uma pizza #à são todos pretos

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