segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cavaco, o pai tirano da Democracia

Quando li as exigências do presidente Cavaco Silva à indigitação de António Costa e um governo de esquerda, não queria acreditar. De entre uma lista, surgia o compromisso de “Estabilidade do Sistema Financeiro”. Estabilidade do Sistema Financeiro? De repente parei a olhar para aquilo e lembrei-me de recolher uma série de frases proferidas pelo mesmo presidente ao longo deste ano:

“O Presidente da República considera que Portugal pode tornar-se um país ingovernável se não existir estabilidade política.” Será que queria dizer estabilidade financeira? Ops…

“Não podemos regredir num caminho que foi árduo” Ops… será que temos que permanecer abaixo de lixo para sempre? É essa estabilidade financeira que Cavaco Silva quer? Sim, porque é aí que temos estado…

"Portugal tem neste momento uma reserva de fundos financeiros para manter a economia durante, vários, vários meses." Se Cavaco Silva acha que há assim tanto dinheiro reservado, de que estabilidade precisa?

“Irei tudo fazer para impedir que sejam transmitidos sinais errados às instituições financeiras, aos investidores e aos mercados, pondo em causa a confiança e a credibilidade externa do país” Será Cavaco Silva presidente dos portugueses ou das instituições financeiras?

"Os agentes políticos devem assumir, de uma vez por todas, uma cultura de responsabilidade e uma cultura de verdade" Será que Cavaco Silva se ouve a si próprio?

“Decidirei nos termos dos meus poderes constitucionais e colocando sempre em primeiro lugar o superior interesse nacional." Qual nação? A Fitch? É que em comunicado a 10 de Novembro, a Fitch referiu que "um Governo liderado pelo Partido Socialista, de centro-esquerda, e apoiado pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Comunista Português, mais radicais, iriam levar a uma maioria parlamentar", mas alerta que "isto não vai eliminar a incerteza política". Para além de ser uma grave ingerência nos assuntos nacionais, parece que o Presidente da República português concorda com ela.

Cavaco Silva esqueceu-se de dizer que cabia agora a António Costa controlar a Fitch, e restantes agências de rating, o FMI e as diversas agências financeiras. No fundo, o que Cavaco Silva quer é que Costa seja responsável pelo sistema financeiro mundial. Terminaria com um conselho que Cavaco Silva deixou ao governo grego "O governo grego foi aprendendo que a realidade é diferente dos sonhos”. Senhor Presidente, a realidade é diferente dos SEUS sonhos!

C. entregou uma pizza #à pai tirano

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