quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Marcelo Rebelo de Sousa, o Predestinado



dinheirovivo.pt
A história contra-factual é um exercício em que se parte de uma premissa, um evento que poderia não ter ocorrido, ou ter ocorrido de outra forma, e explora-se as suas consequências na construção da história e de cenários alternativos. A segunda guerra mundial é terreno fértil para estas conjecturas, “e se Hitler tivesse morrido na tentativa de assassinato de 1944?”, “e se os Japoneses não tivessem atacado Pearl Harbour e os EUA não tivessem entrado na guerra?”. A procura das respostas a estas questões permite-nos perceber melhor o passado e como se chegou ao presente. Com isto em mente, e em tempo de eleições presidenciais com um resultado bastante provável, vou criar uma cronologia alternativa em torno do candidato favorito, com base na hipótese “e se o 25 de Abril de 1974 não tivesse acontecido?”. Os eventos a azul são reais; os que estão a vermelho são contra-factuais.
  • Filho de Baltasar Rebelo de Sousa, médico e político do Estado Novo, Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) nasce em Lisboa, a 12 de Dezembro de 1948.
  • Em 1968, Marcelo Caetano, amigo íntimo e padrinho de casamento dos pais de MRS, sucede a Salazar e torna-se Presidente do Conselho de Ministros. Tem início uma nova fase do Estado Novo, com uma aparente nova abertura à oposição política ao regime.
  • MRS licencia-se em direito na Universidade de Lisboa, tendo sido aluno de Marcelo Caetano. Cria o Movimento de Acção Académica, e estreia-se como colunista em diferentes jornais.
  • Apesar de fortes resistências internas do regime, o Governo de Marcelo Caetano concede a independência às colónias, levando ao fim da Guerra do Ultramar. MRS mantém-se posições liberais nos seus artigos escritos, clamando pela renovação do regime.
  • Marcelo Caetano morre em 1980, de ataque cardíaco. O Governo sucessor de Marcelo Caetano funda um novo partido, O Movimento da Nova Esperança, e tenta refrescar a imagem do regime. Governa em constante diálogo com a Ala Liberal da Nova Assembleia Nacional, cedendo na abolição da censura e na proclamação da liberdade de imprensa, e iniciando uma série de privatizações, mas mantendo a estrutura política do regime. Procura-se a adesão de Portugal à CEE.
  • MRS torna-se director do Jornal Expresso (1980 - 1983) e Semanário (1983 - 1987).
  • Com a queda do Muro de Berlim, e o subsequente colapso da URSS, o Estado Novo cai. Fundam-se novos partidos, entre os quais o Partido Social Democrata, e o Partido Comunista Português é legalizado. Após um período de transição, é eleita uma Assembleia Constituinte. O sufrágio universal é restaurado para a eleição do Presidente da República.
  • MRS é deputado na Assembleia Constituinte e é o primeiro presidente da Comissão Política Distrital de Lisboa do PSD.
  • MRS é eleito Presidente do PSD, forma uma aliança com o CDS, e ganha as eleições legislativas de 1995. Durante o seu governo, a economia cresce, mas as crises políticas sucedem-se.
  • MRS demite-se em 1999 por divergências com o líder do CDS, e decide não disputar novas eleições legislativas.
  • MRS inicia um longo período de afastamento da política, sendo comentador político em diferentes estações de televisão de 2000 a 2015, tornando-se uma das figuras mais mediáticas de Portugal.
  • A 9 de Outubro de 2015, MRS anuncia a sua candidatura às eleições presidenciais de 2016. As sondagens indicam que ganhará à primeira volta.
Conclusão: alguns destinos parecem estar escrito nas estrelas, independentemente da história que se estuda, real, ou imaginada.
R. entregou uma pizza #à coçador

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